terça-feira, 7 de julho de 2009

GARRAFAS AO MAR
Sinto- me ilhado do cabedal
Cá não conhecem os Hollandas
Darcy é desconexo de todos
Neste mundo sou mudo 
E em certos casos prefiro,
Ser surdo
Se acaso falo de Machado
Este não corta sentimento algum
E se por emoção lembro um poema
Queimam a palmeira e matam o sabiá
Existe apenas o raso da coisa rasa
Não sinto xifopagia aqui
Tenho que sair desta prisão
Peço o repatriamento por coerência
Prometo partir usando Cartola 
E entoar na viagem bossamente o Tom.

Gordack



Gaveta

Que psicose é essa que anda ao meu lado nas horas de folga?
Será que criamos uma amizade? peço mais um copo?
Sofro por tudo que me cerca, tudo que me toca.
Dá vontade de correr, de doer, de não perceber.
As vezes me espalho, doce espantalho, sem rosto, só corpo.
Noutras me reagrupo, loucura, alegria e fardo.
Pequena gota de mercúrio, me desfaço, perco a métrica, depedaço.
Quem está perto não interpreta...
Meus cacos vagam pelo espaço.
Com o que é meu, não consigo elo.
Perco a propriedade de tudo que é belo.
O que tenho me foi delegado?
Atribuição divina ou insanidade?
Mentira ou verdade?
Quem implica, conspira e explica?
Amanheceu cedo.

Ricardo Villa Verde

2 comentários:

  1. Não há metrica, nem era cibernética
    Que profane o improfanável.
    Não há luta em vão.
    Só a cortina fechada
    De um teatro sem platéia.
    Quem ousará dizer que não
    Se o não não é senão
    A vontade oculta do sim.

    Abraços encantados da mais nova seguidora, com anos vários, mas com dias muitos, ainda não vividos.
    Parabens meninos, esta lindoooooooooooo.
    Ricardo, meu carinho em versos dispersos, na noite que anoiteceu tarde.

    Cassia Da Rovare

    ResponderExcluir
  2. Divina insanidade, ou seja, Ricardo Villa Verde.

    ResponderExcluir