sábado, 25 de julho de 2009


O ADEUS DE UM COMUNA.

Fui condenado à morte
Mataram-me em poucos instantes
Meu crime foi o pior de todos
Ser eu mesmo para mim próprio
Descobri a realidade que escondiam
Salvei-me a tempo
Divulguei minha visão
Opinei em todas as direções
Mas, em alguns momentos
Os riscos na mente afloraram
Não recuei da trincheira cavada
Manifestei a luz
-Duvidem de tudo, descubram o velado, olhem em todos os ângulos, crie seus conceitos, o bastante par...
Ouço o barulho do cadafalso se abrindo
Só sinto uma pressão na cabeça...
...Cortaram-me as flores do funeral
Economizaram na cal...
...mas que tipo de madeira é essa?
Ninguém veio na despedida
Sou muito mais culpado
Do que eu imaginava
Tudo rola na memória
E agora sou um traidor morto
Das verdades absolutas
E um herói vivo
Das mentiras rasas
Porém, meu legado já brota em alguns...

Gordack

2 comentários:

  1. Sem comentários, beleza pura. Apenas uma frase minha.

    "Homens com ideologias, deixam filhos. Uma Ideologia sem Homens, deixa o vazio de nunca ter conquistado mentes"!

    Cassia Da Rovare

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  2. Carrasco.

    Rasga a guilhotina
    O opressor e carasco
    Saliva-lhe a boca
    Engolindo o féu do ódio.
    Desce cortante
    Afiada invade a graganta
    Um som oco rolando ao chão
    De mais uma cabeça pensante.
    Qual algóz virá depois
    Quando o silêncio
    Vestido de negro
    Manchou de vermelho
    O lençol e o colchão?

    Cassia Da Rovare

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