quarta-feira, 29 de julho de 2009


Astrum

Pelas portas do olhar
Esperava a tarde inteira
Por qualquer coisa
Que fosse diferente
Daquilo que tencionava
E pensava em ondas
Flutuando no tempo
As vezes sentia-se
Areia ao vento
E ao compor-se
Só uma ampulheta vazia
Achava que o poema quebrara a perna
Já não andava na cabeça das pessoas
Poemas tão leves
Indo e vindo, velozes
E quando ainda rascunhos
Brisas já os carregavam
Formando, em algum lugar
Estrofes, que escapavam de suas mãos
E nos crepúsculos mais cinzentos
Recebia e musicava
Versos escritos pelos
Punhos da imaginação

Ricardo Villa Verde

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