quarta-feira, 9 de setembro de 2009


Di amante

Minha lágrima sobre o vidro da mesa
Bola de cristal que o dedo interrompe
Gerando a inicial de seu nome
Ferindo-me, na certeza cada vez mais nítida
De que o balé de nossas mãos dadas
Era o caminho certo da paz em nossos sonhos
Conforme o tempo passa, sua falta pincela
Novas paisagens, onde quase não me vejo mais
Tanta palavra morta antes de chegar à boca...
Sentimentos que não consumiram a ponta do lápis
Rasuraste as mais belas linhas que nossos olhares comporam
Nossa cumplicidade foi um arcoíris
Espalhando sua imagem em minhas manhãs
Multiplicando seu sorriso encantado
Estampado em minha retina e correndo livre em meu âmago
No fundo, sinto falta das nossas estrofes de métrica perfeita
Que o brilho do seu olhar aprovava
Dizendo-me que palavras eram só partículas no papel
E que nossa luz é que escrevia o poema
Os versos estão ficando mais calmos
Não há culpa, na nobre insanidade do amor
Mesmo sangrando, te perdoei.

Ricardo Villa Verde

2 comentários:

  1. Grande texto Villa-verde...
    Parabéns pela eloquência e magistral fluidez da narrativa.
    Abraços e longa vida aos Compulsores!!!!

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  2. Que maneiro meu brother, não dá pra mensurar como é boa essa troca de energia, ainda mais sabendo que a poesia pulsa em sua vida e corre compulsivamente em seu sangue. Um abraço e muita luz! Ricardo Villa Verde!

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