quarta-feira, 24 de março de 2010


Engrenagens

De olhos vendados
Comprei seu amor
Naquela ocasião
Acabei vendido
Por uma emoção
Hoje penso, tal como rezo
Se reflito, não meço
Quando paro, eu peço
E mesmo sem ser atendido
Sem receber nem um sorriso
Acabo ganhando tudo que preciso
Há muros entre nós
Me arremesso
Há abismos entre nós
Me precipito
Por isso te amo tanto
Por isso que sonho
Com planetas
Que só existem dentro de mim
Caindo na terra
Banhando tudo de luz
Desenhando nossa sombra
Na areia da praia deserta
E quanto mais tu apertas
Meu coração
Mais poesia escorre
Numa felicidade transparente
Que não morre
Sigo jogando fumaça
Sobre anjos e máquinas.

Ricardo Villa Verde

2 comentários:

  1. ... Sentimentos, máquina bombardeando sangue...
    ... A ideia de engrenagens!... Adorei!...
    Leve e vasto de imagens!!!

    Abraços!

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  2. É mágico ver a sintonia de outros poetas!!
    Valeu Nadine! Poesia sempre e em todas as suas vertentes!
    Ricardo Villa Verde

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