segunda-feira, 19 de outubro de 2009


Deixe-o no seu próprio caminho

Os raios do desafeto de Ícaro invadiram as janelas da alma e ele voltou do paraíso de Morfeu, purificou-se nos fluidos de Mãe Iara e saboreou o amargo e o doce do companheiro matutino. 

Munido da armadura habitual transportou-se para o campo de batalha, dentre os reflexos do caminho já não via Narcisos nem Helenas.

Em seu tributo diário ao Marte sua batalha era contra Chronos.

Desejava em todo o momento o negro do luar para ter com Baco e Eros os prazeres sibaritas do humano caminho.

Dentro de um círculo contínuo os Deuses faziam morada em sua vida.

Não era justo demolir as estruturas dos pilares do cancioneiro arcadista.

Fazia-se fundamental a continuidade romântica da pesada jornada Épicaverdeamarelísma, pois contrário a isso o concreto modernista transformaria o seu realismo, e ele perderia os símbolos.

Acabaria O canto do galo, perderia o caminho para São Saurê, O bagaço de cana do engenho já não acalmaria o pranto e até O Diabo de Diadorim seria singular.

Retornar ao barro do barroco, ter a transpiração acima da inspiração, ser visto como um algum que deseja o impressionar, é demais para um filho condenado ao labor da Morte e Vida. Deixe-o feliz, isso só durará enquanto eterno for.

Gordack

Nenhum comentário:

Postar um comentário