segunda-feira, 21 de setembro de 2009


Buraco de rato

Eu gosto de cheiro de flor
De formato de folhas
Do vôo das abelhas-cahorro
Eu gosto de mangue, de mambo e de manga
Eu gosto da vida, da noite e do samba
Do requebre da mulata
Num sonho de Bamba

Ricardo Villa Verde & Gordack

segunda-feira, 14 de setembro de 2009



Beijo

Eu quero tirar
A poesia da tua boca
Esses teus versos
De vermelho batom
Eu quero o teu beijo
E eu quero agora
Não pare, não pense
Me beije sem demora
O beijo é o primeiro passo
Para a gente se conhecer
Feche seus olhos, me dê sua boca
E muito prazer!

Tubarão.



O poeta fim de noite
O poeta fim de noite
É o Dom Juan da madrugada
Copo cheio
Palavra molhada
A sua poesia embriagada
Troca letras e olhares
Procura em todos os lugares
Se entorpecer
Nos lábios que trazem
Você!

Tubarão.





ENCRUZILHADA

Entre o silêncio de teus lábios
E o desejo do meu coração
Entre o teu olhar alheio
E as memórias da minha alma
Entre erros e verdades
Palavras costuradas por amor
Entre tudo o que foi
E o que hoje não é mais
Entre todo o sonho
E a dor presente
Entre tudo que agora
Poderia ser
Meu coração
A porta aberta
Entre...
 
Tubarão.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009


Di amante

Minha lágrima sobre o vidro da mesa
Bola de cristal que o dedo interrompe
Gerando a inicial de seu nome
Ferindo-me, na certeza cada vez mais nítida
De que o balé de nossas mãos dadas
Era o caminho certo da paz em nossos sonhos
Conforme o tempo passa, sua falta pincela
Novas paisagens, onde quase não me vejo mais
Tanta palavra morta antes de chegar à boca...
Sentimentos que não consumiram a ponta do lápis
Rasuraste as mais belas linhas que nossos olhares comporam
Nossa cumplicidade foi um arcoíris
Espalhando sua imagem em minhas manhãs
Multiplicando seu sorriso encantado
Estampado em minha retina e correndo livre em meu âmago
No fundo, sinto falta das nossas estrofes de métrica perfeita
Que o brilho do seu olhar aprovava
Dizendo-me que palavras eram só partículas no papel
E que nossa luz é que escrevia o poema
Os versos estão ficando mais calmos
Não há culpa, na nobre insanidade do amor
Mesmo sangrando, te perdoei.

Ricardo Villa Verde

quinta-feira, 3 de setembro de 2009





 

Vinil:

O ultimo resquício do romantismo

 

 

O que devo aceitar como certo

É o desejo da verdade inegável,

É uma cura impossível em um corpo morto,

É o saborear uma vontade impalpável.

Alegrias é provável de se ter.

Agonias é fato conhecer.

Discuto o puro invisível cotidiano

Dentro dos cefálios Hermanos.

Poderei sair das artérias?

Conseguirei invadir as flores?

Maturar-me-ei tentando respirar?

Das ciganas quero distância;

Dos bruxos desejo conselhos;

Dos amores espero constância;

Dos temores, que fiquem no espelho.

O ouro e a prata de hoje

É o zinco no telhado.

A carne virou grão

E o vinho já se sabe.

Bonança não demore

Tempestade lhe aguarda.

 

Gordack

 




Terra natal

 

O corpo sente o tempo

O vilão virou herói

Só que em outras mãos

Juventude sem criação

Abrimos um caminho

Para uma nova alienação

Minha geração perdida

Na memória torta

Os mestres das exatas

Talvez me critiquem

Mas a arte é veiculo

Indispensável

Na educação

 

Gordack

 

 

segunda-feira, 31 de agosto de 2009


Insólito

Essência cicatrizada
Atraversando palavras dopadas
Neuróticos neurônios
Nas esquinas sinônimos
Daquilo que te aguarda
Nuvem plutônica
Tingindo de branco o lençol
Radiografias de uma alma bemol
Aonde, antes de lá
Existia apenas um sol
Olhando somente pra si
Pisando em nuvens, sem dó
No heliocentrismo
De querer ser um só.

Ricardo Villa Verde

domingo, 30 de agosto de 2009


Trigonometria insensata

De tanto partir de algum ponto
O ponto sou eu
E quando me encontro
É só mais um conto

Num rosto que não é seu
De fato, um novo véu
Num corpo que não é meu
Um gozo que não é céu

Ricardo Villa Verde

quarta-feira, 26 de agosto de 2009


Lençol maculado.


O cheiro que me vicia a mente
É o mesmo que me matura
No urro da ogiva incandesceste
O rubro ploft queima a candura
Triste sina da rês abatida
Os dentes no canto da face
Demonstra uma alegria sentida
Em tarefa executada com arte

Gordack

Pueril


Foi-se o tempo e eu não te encontrei
No meu único compromisso fugir é
A hipótese sem sentido
Porem na tez da sua irís hesitei
Seu jeito cristalino e sensual
Transbordam de odores mágicos
Rogo por um encontro casual
No paralisar dos ponteiros trágicos
Ao conseguir escalar a cordilheira
Ambiciosamente livre estarei
E ao seu agrado escravo serei
Provarei sua saliva feiticeira
Aveludar-me-ei nos poros do teu colo
E inspirarei o suspiro da tua resistência
Um simples e inofensivo segredo juvenil
É o passaporte para um passeio lúdico
Dentro de um paraíso que consideras único
Contemplando o seu prazer aprendo
A ser mais você
Aprendo a ser mais amor.

Gordack.

domingo, 23 de agosto de 2009


Folclórico universo auspicioso


De toda aquela saudade
Sobrou apenas um quarto
Do brilho, sobraram estrelas
Do silêncio, o sustenido
De tudo que resvala
A tentativa do beijo
Do abraço que ficou na memória
A dúvida sobre o fim da história
Amordaçada, lançando um olhar
Clinicando sobre a mala fechada
Compulsão na partida
Bagagem vazia
Levando a metade da metade
Daquilo que a muito jazia
Deus tem sempre a mesma saudade
A mesma cidade
A mesma idade que nós

Ricardo Villa Verde

segunda-feira, 17 de agosto de 2009






Terra natal

 

O corpo sente o tempo

O vilão virou herói

Só que em outras mãos

Juventude sem criação

Abrimos um caminho

Para uma nova alienação

Minha geração perdida

Na memória torta

Os mestres das exatas

Talvez me critiquem

Mas a arte é veiculo

Indispensável

Na educação

 

Gordack

 

 


O mais nobre de todos


Quando ele chegou
Não imaginava sua existência
Cá dentro havia uma resistência
E de surpresa me pegou
Muitos me falaram com clareza
Das mudanças com sua chegada
E das almas que foram transformadas
Ter-lhe era necessário, essa é a certeza
Será que era perigoso
Viver esse modificador
Que até então achava jocoso
Acredito que sou pecador
Por resistir a sentimento tão gostoso
Que no mínimo é inovador
 
Gordack



Tu só tu


Há momentos que quero te esquecer
Há momentos que quero te odiar
Há momentos que quero te deixar
E também
Há momentos que quero te amar
Há momentos que quero te idolatrar
Há momentos que quero te cativar
Da mistura de sentimentos
Percebo que a razão
É querer que você seja igual
Ao o que eu desejo,
Mas se fosse ai já não
Seria mais você
E a idéia de ter outra pessoa
Eu não suporto
Desta forma eu te aceito

Gordack

sábado, 15 de agosto de 2009


Verdade de um momento

Mágico, lúdico e estereofónico
Lento, rápido e supersônico
Água, gim ou tônica?
Sinfônica ou filarmônica?
Como pode isso tudo ao mesmo tempo?
Vibrando todo tempo e sem cronologia
Dentro de teus braços
Nos meus dias sem simetria
Num abraço
Onde em um segundo
Muito mais que isso
Caberia

Ricardo Villa Verde