Grupo de poetas da cidade de Duque de Caxias. O corpo compulsor é formado por Ricardo Villa Verde, Gordack e Tubarão; que lançam sempre no final de cada mês uma publicação de seus poemas. O folheto possui um teor variado como contemporaneidade, marginalidade, lisergia, underground, passionalismo e tantos outros de "funder" a cuca.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
terça-feira, 10 de novembro de 2009

Vadinho
Em minha espada trago
As maduras displicentes.
Já nos arquivos o estrago
Das casadas inocentes.
Em ruas escuras,
Nuas e esquecidas
A alcova do rijo prometido.
Nos bares, sou um cavalheiro
Que aprecia um sorriso contido
Induzindo- as como um forasteiro
Às várias viagens do sentido.
Revelo no beijo forte as tapas empíricas,
E no rastro as migalhas,
São sempre recolhidas.
Dezenas de reses em boca aberta
Sonham com uma boa acolhida
Sorvo-lhes do eu, na lembrança
Das muitas esquecidas
Umas vozes de ódio visceral
Condecoram meu peito,
Já tantas outras me gritam;
-Ai safado cê num tem jeito.
Gordack
sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Cervical vibrava
segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Deixe-o no seu próprio caminho
Os raios do desafeto de Ícaro invadiram as janelas da alma e ele voltou do paraíso de Morfeu, purificou-se nos fluidos de Mãe Iara e saboreou o amargo e o doce do companheiro matutino.
Munido da armadura habitual transportou-se para o campo de batalha, dentre os reflexos do caminho já não via Narcisos nem Helenas.
Em seu tributo diário ao Marte sua batalha era contra Chronos.
Desejava em todo o momento o negro do luar para ter com Baco e Eros os prazeres sibaritas do humano caminho.
Dentro de um círculo contínuo os Deuses faziam morada em sua vida.
Não era justo demolir as estruturas dos pilares do cancioneiro arcadista.
Fazia-se fundamental a continuidade romântica da pesada jornada Épicaverdeamarelísma, pois contrário a isso o concreto modernista transformaria o seu realismo, e ele perderia os símbolos.
Acabaria O canto do galo, perderia o caminho para São Saurê, O bagaço de cana do engenho já não acalmaria o pranto e até O Diabo de Diadorim seria singular.
Retornar ao barro do barroco, ter a transpiração acima da inspiração, ser visto como um algum que deseja o impressionar, é demais para um filho condenado ao labor da Morte e Vida. Deixe-o feliz, isso só durará enquanto eterno for.
Gordack
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
terça-feira, 6 de outubro de 2009
segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Entre o silêncio de teus lábios
E o desejo do meu coração
Entre o teu olhar alheio
E as memórias da minha alma
Entre erros e verdades
Palavras costuradas por amor
Entre tudo o que foi
E o que hoje não é mais
Entre todo o sonho
E a dor presente
Entre tudo que agora
Poderia ser
Meu coração
A porta aberta
Entre...
Tubarão.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Minha lágrima sobre o vidro da mesa
Bola de cristal que o dedo interrompe
Gerando a inicial de seu nome
Ferindo-me, na certeza cada vez mais nítida
De que o balé de nossas mãos dadas
Era o caminho certo da paz em nossos sonhos
Conforme o tempo passa, sua falta pincela
Novas paisagens, onde quase não me vejo mais
Tanta palavra morta antes de chegar à boca...
Sentimentos que não consumiram a ponta do lápis
Rasuraste as mais belas linhas que nossos olhares comporam
Nossa cumplicidade foi um arcoíris
Espalhando sua imagem em minhas manhãs
Multiplicando seu sorriso encantado
Estampado em minha retina e correndo livre em meu âmago
No fundo, sinto falta das nossas estrofes de métrica perfeita
Que o brilho do seu olhar aprovava
Dizendo-me que palavras eram só partículas no papel
E que nossa luz é que escrevia o poema
Os versos estão ficando mais calmos
Não há culpa, na nobre insanidade do amor
Mesmo sangrando, te perdoei.
Ricardo Villa Verde
quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Vinil:
O ultimo resquício do romantismo
O que devo aceitar como certo
É o desejo da verdade inegável,
É uma cura impossível em um corpo morto,
É o saborear uma vontade impalpável.
Alegrias é provável de se ter.
Agonias é fato conhecer.
Discuto o puro invisível cotidiano
Dentro dos cefálios Hermanos.
Poderei sair das artérias?
Conseguirei invadir as flores?
Maturar-me-ei tentando respirar?
Das ciganas quero distância;
Dos bruxos desejo conselhos;
Dos amores espero constância;
Dos temores, que fiquem no espelho.
O ouro e a prata de hoje
É o zinco no telhado.
A carne virou grão
E o vinho já se sabe.
Bonança não demore
Tempestade lhe aguarda.
Gordack