Trilogia A MORTE RONDA OS PASSOS DE TODOS NÓS.
I
TERMINAL
Para onde vamos
Depois do fim?
Será que tudo
Acaba assim?
Fechar os olhos
E nunca mais abrir
Em um sono eterno
Sempre dormir
Será um sonho apenas
Todos os feitos dessa vida?
E a luz que se apaga
Para sempre está perdida?
São momentos como esse
De profunda reflexão
Que às vezes procuro respostas
Até na palma da mão
Será que a vida é só
Uma grande paixão?
E para nós tudo termina
Em um simples caixão?
Perguntas coladas
Em um vento frio
Que buscam respostas
Para o nosso vazio
Eu penso nos vermes
Em nossa carne se alimentando
A cada dia que passa
Vejo este dia chegando
Haverá mesmo um fim
Para todos os questionamentos meus?
Terei uma hora marcada
Para me encontrar com Deus?
E haverá mesmo um paraíso
E um inferno?
Será que eu encontrarei o descanso
Ou o tormento eterno?
Será que eu fui
Bom o bastante?
Será que a paz está próxima
Ou distante?
Talvez eu só descubra
A suprema verdade
Quando eu atravessar
Os portões da eternidade
Por hora fico no silêncio
Coberto com meus pensamentos
Aprendendo a viver melhor
Todos os momentos
E quem sabe esquecer a morte
Mesmo que por apenas um segundo
Pode ter certeza
É a maior beleza do mundo.
Tubarão.
II
NA LUZ DAS ESTRELAS
Eu vejo o fantasma
Do meu futuro
A luz no fim
Do túnel escuro
Nada a lamentar
Nem a sustentar remorsos
Nada de sorte ou azar
Sobre meus ossos
Para trás deixo
Todas as minhas lembranças
De nada me queixo
Nessas andanças
Levo comigo apenas
A roupa do corpo
Na luz das estrelas
Encontro conforto.
Tubarão.
III
OS ANJOS NEGROS
Lágrimas não mudam
A minha sorte
Nem freiam o trem
Da morte
Palavras não explicam
Tudo que precisam
Os anjos negros
Aterrissam
O corpo é matéria
Que apodrece
A morte é a única certeza
Que permanece
Palavras não explicam
Tudo que precisam
Os anjos negros
Aterrissam
Flores confortam
A dor da despedida
Em silêncio atravesso
O véu da vida...
Tubarão.
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