quinta-feira, 14 de março de 2013



ROCK DO ARARUAMA

Alagados no Parque
Araruama
Era água de esgoto
E lama
Alagados no Parque
Araruama
Era eu e meu amor
Alagados no Parque
Araruama
Transbordava mijo de rato
E cocô

Você paga o seu imposto
O seu IPTU
Quando precisa é desgosto
Você toma no cu

E o prefeito
É um perfeito sacana
Está satisfeito
Com a nossa grana

Ô São João
Me tira daqui
De São João
De Meriti

Ô São João
Me tira daqui
De São João
De Meriti!

Tubarão.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013



POEMA PENETRA

O poema
Você não pensa
Ele entra na sua vida
Sem pedir licença.

Tubarão.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013




PEQUENAS HISTÓRIAS DE TERROR (ou O SILÊNCIO DOS INOCENTES)

Onde habita o silêncio
Onde jamais descansa a dor
Palavras caladas
Enterradas em lágrimas
E o vento soprando
As cinzas do amanhã
Os dias mortos
As horas que não cicatrizam
São as lápides frias
Deste último abraço
O adeus silencioso
Frio como o orvalho
A história não contada
De tantos sonhos roubados
Os fantasmas já foram
A música morreu
Parece outono
Com tons eternos
E a maldade sempre pode
Ser superada
Assim caminha a humanidade
Temperada
Em requintes de crueldade
E hoje em dia
Por mais absurdo que seja
Ninguém se assombra mais
Com pequenas histórias
De terror.

Tubarão.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013



SE DEUS NÃO ESCREVE EM LINHA RETA...

Se Deus não escreve
Em linha reta
Imagina como escreve
O poeta.

Tubarão.



UM POEMA PARA BRENDA

Nos gestos
Nas palavras
No dia a dia
Sua companhia

Nas vinte quatro horas
Que tem o dia
O nosso amor
Faz poesia!

Tubarão.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013



POC

Em tudo o que vejo
Ouço ou desejo
O verso vem agarrado
Feito beijo roubado

Passa o poema
Que grita na minha cabeça
O poema agita
De forma travessa

São palavras que saem
Elas caem, nem preciso dizer
É um vício ou feitiço
Mestiço prazer

É uma obsessão
Algum tipo de TOC
Versos em contramão
Um novo tipo de Rock

É uma estranha mania
Que permanece viva
Ela cresce a cada dia
Poesia Obsessiva Compulsiva
Poesia Obsessiva Compulsiva
Poesia Obsessiva Compulsiva
Poesia Obsessiva Compulsiva!

Tubarão.

sábado, 15 de dezembro de 2012



Reverberação

     
Quando descanso em paz
É dentro do seu olhar

Gravura de minha imagem

Cristalizada na imaginação


Um arquétipo de minhas projeções pessoais

Onde a  maior distância faz o peso dobrar


Caminho com certa destreza

Carregando esse fardo imaterial


Lembrando daqueles crepúsculos vermelhos

Que tingiam nossa pele com um final de dia


O tom de nossas idéias, nem sempre parecidas

A força das palavras quase sempre enlouquecidas


Vidas tão inocentes, sem nos dar conta

Da Felicidade sem regras de espaço e tempo


A boca aberta, concordando

Beijando,gargalhando


Sintonia astral de simples olhares


Ressoando até hoje

Nas minhas melhores memórias



Ricardo Villa Verde

                                     

                                     

                                       Desafinada

               Desfez-se o nó

               O nó da porta fechada
               Da palavra calada
               Do que me fez só

               Cai por terra a dor


               A dor do caminho

               Trajeto sozinho
               Do breve pavor

               Um toque de atriz

               Serás mil vezes feliz
               Ao lado de quem desconhece o amor
        
                   Ricardo Villa Verde

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012




AUTOBIOGRAFIA

O passado conta estórias
Que eu já esqueci
Minhas memórias são de hoje
E dos dias que nunca vi.

Tubarão.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012


Brotou de Novo II

Toda vez que sou pressionado
Fico impressionado
                                           Com um certo dom
Meio distraído
De encontrar-me perdido

Logo, descontraído
Mesmo até que traído
Sigo sempre fiel
Ao legado

Ricardo Villa Verde

segunda-feira, 12 de novembro de 2012



NA LINHA DO TEMPO

Eu já fui o dono dessa casa
Mas hoje essa casa não tem dono
Eu ainda moro aqui
Mas e daí? Tudo mudou

Meus vizinhos não me querem
Meus amigos não me visitam
Minha família não lembra mais de mim
As coisas encontram o seu fim

Na linha do tempo
Na curva do vento
As coisas são como são
A areia escorre pela palma da mão.

Tubarão.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012



JUSTIÇA CEGA

Qualquer vida pode desabar
Em apenas um segundo
São muitas armadilhas
Armadas no mundo

Seja no ataque
Ou seja na defesa
Às vezes o caçador
É quem vira a presa

Não sou diferente de muitos
Não sou como poucos
Mas para proteger quem eu amo
Derramo o sangue dos outros

Ironia da vida
Amigos de infância,
Rumos contrários
Ditaram a distância

Eu era um bom trabalhador
Chefe de família exemplar
Mas vagabundo cresce o olho
Não conhece o seu lugar

Eu era Cabo da polícia
Boca de fumo no meu portão não vai abrir,
Minha família marcada para morrer
Isso não vou permitir

Com alguns companheiros
De casa em casa bandido eu cacei
Eram apenas criminosos
Os homens que matei

Encapuzado, eu protegi a minha família
Cortando o mal pela raiz
Mas deixei vivo quem jurei inocente
Esse foi o erro que fiz

Sete corpos enfileirados
Pela manhã foram encontrados
Eram marginais conhecidos
Que pela imprensa foram santificados

O autor da chacina
Precisava ser encontrado
Eu era uma vítima
Passei a ser o culpado

Pela cor dos meus olhos
Eu fui reconhecido
Pela cor dos meus olhos
Eu fui traído

Fui preso e humilhado
O diabo amassou o meu pão,
Fui preso e humilhado
Mas tive colhão

O Estado queria que eu entregasse
Quem me ajudou a fazer o que fiz
Mas sou sujeito homem
Sou dono do meu nariz

No tribunal fui julgado,
Dissecado e amaldiçoado
Minhas razões foram o motivo
Para eu ser crucificado

Direitos humanos não são
Para pessoas de bem,
Eles só se importam com vagabundos
E com mais ninguém

O que eles queriam?
Que eu esperasse sentado
Ver o sangue da minha família
Ser derramado?

O Estado precisa abrir os seus olhos
E rever as suas regras,
Quem sabe assim faria
Menos merdas?

No fim do circo, fui condenado
A mais de trinta anos de prisão
Eu fiz o que fiz e ninguém tira
A minha razão

Das profundezas do inferno
Eu vi a minha linda filha crescer,
São coisas como essa
Que fazem o coração doer

Treze anos passaram e no indulto de natal
Um gostinho de liberdade
O Estado caga e facilita
Não perco a oportunidade

Foragido, eu tenho sobrevivido
Minha vida eu perdi a muitos anos
Hoje faço o que faço
E caço bandidos com os milicianos


A justiça é cega
Ela não enxerga as merdas que faz
Eu perdi a minha vida
E hoje eu vivo sem paz

Minha mãe, meu irmão,
Minha mulher, minha filha
São os tesouros que tenho
São a minha família

Não sou diferente de muitos
Não sou como poucos
Mas para proteger quem eu amo
Derramo o sangue dos outros.

Tubarão.

terça-feira, 16 de outubro de 2012



SEM CARNE EU NÃO JANTO

Estão falando por aí
Que comer carne não é legal
Mas a vida fica insossa
Se só come vegetal

Eu penso num churrasco
Prazer não tem igual
Não troque meu bife por salada
Senão eu passo mal

Não sou perfeito
Não vou compartilhar seu pranto
Mas o mundo não tem jeito
Eu nunca fui santo

Sem carne eu não janto

Eles fazem palestras
E campanhas nas redes sociais
Falam em benefícios
E direitos dos animais

O boi no campo é bonito
Mas disso eu não preciso
No rodízio de carnes
Estou no paraíso

Não sou perfeito
Não vou compartilhar seu pranto
Mas o mundo não tem jeito
Eu nunca fui santo

Sem carne eu não janto !




Tubarão.



ANARKO POEMA
  
Pessoas não são
Sombras
Pessoas não são
O silêncio

Pessoas não são
Insetos
Pessoas não são
Pedras

E a vida não é
Estéril
E a vida não é
Inerte

E a vida é
O movimento
Que faz
Constante

Nenhum homem
É Deus
Deus é o alimento
Do medo

Nenhum homem
É livre
Livre de si mesmo
Sua prisão

Se teu espírito
Teu fogo
Se teu coração
Tua vontade

Vivem sufocados
Na submissão
Inconscientes da força
Silenciada

Força que dividida
É nada
Força ignorada
É nada

O nada é a permanência
Do que está
Completamente vazio
E não resolvido

Não faça orações
Elas não tornam
O solo menos árido
Nem te mata a fome

Não faça orações
Porque elas se perdem
Como pétalas abandonadas
À sorte do vento

Se for luz que procura
Procure nos livros
Que falam da vida
E da realidade sólida

Procure no rosto de cada pessoa
O reflexo de sua existência
Descubra a dor que não é única
Mas sim, coletiva

Desperte a indagação
Liberte todos os porquês
Procure respostas
Derrubando fortalezas

Descubra que a ordem imposta
É um pilar falso
Que não sustenta nem o menor
Dos teus anseios

E assim, rompendo correntes
E dilacerando o medo opressor
Gritando verdades cheias de vida
O caminho se faz presente

E as nuvens negras da vilania
Que por séculos castigaram gerações
Poderão ser finalmente expulsas do céu
E poderemos desfrutar da grandeza do sol!

Tubarão.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012



POESIA?

Se você quer poesia
Faça como poucos,
Viva a sua vida
E não a dos outros.

Tubarão.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012




A BUCETA

A mulher é a dona da razão
Pois é a buceta quem vomita as crianças
Da buceta nascem os homens
E outras bucetas
Bucetas e caralhos
Dentro das bucetas
Que emergem ao mundo
Da boca da buceta
Saem da boca da buceta
E caem na boca do mundo
Buceta não tem cara
Buceta só tem boca e língua
Mas buceta não fala
Buceta não se come
É a buceta quem nos come
A buceta controla a mente do homem
Buceta nunca quer paz
Buceta quer sempre mais
Buceta é incontrolável
Buceta é insaciável
Buceta é fogo
Buceta é tocha
Não é a toa que depois de muito foder
É a buceta quem nos brocha
O homem bate punheta
Pensando na buceta
Buceta, buceta, buceta
A buceta controla a mente do homem
Buceta não se come
É a buceta quem nos come
A buceta controla a mente do homem
A buceta traz consigo a verdade
Só a buceta traz a felicidade,
Vivas as crianças!

Tubarão.