sexta-feira, 25 de junho de 2010

http://www.youtube.com/watch?v=k3B08CeXwQ8&feature=related

Soda

Nas horas sem cinzas
Em lábios sem cor
Viagem ao centro do eu infinito
A espera de um pranto sem dor
No olho a dureza fiel do granito 
E uma espécie de gota de um orvalho louco

Ricardo Villa Verde, Sara Mazuco, Tubarão, André Oliveira, Vicente Portela e Heraldo HB

terça-feira, 25 de maio de 2010



 

Mimetismo

Tiro  mangas da manga
Miragens daquilo que pulsa
Da mesa empoeirada, o pó
Uma mão na roda
E a cabeça  roda
Pó, pó
Manga, manga
Roda, roda
Eu, Você
Tudo  consumindo-se
E a palavra nós, sumindo
Acho  que jamais entenderias
Quem eu não tive forças para ser
Amor e psiquê
É  perfume barato...

Ricardo Villa Verde

quarta-feira, 12 de maio de 2010


De ápices e Vertices

O auge
Que bom quando ele surge
Mas quando saber se é mesmo o auge?
E se depois dele vir outro ápice?
E se alguém aproximar-se
Dizendo: “Voce é minha vértice!”?
Será que essa pessoa profere falácias?
Ou procura o auge na essência de remédios
Que não vendem em farmácias?
Auge após auge
Acabamos por perder o lance mágico
E o ponto culminante as vezes é trágico
Entretanto, o verdadeiro auge
É sereno, mas ruge
Como um leão sem centelha
Em contramão na linha vermelha
Num dia vermelho
Onde o amanhã será um espelho
Refletindo a alegria
De ter o auge todo dia.

Ricardo Villa Verde

MARGINAIS & MALDITOS

Poetas são marginais dentro da arte
incendeiam palavras e bocas
 todos os sentidos consumidos
pelos desejos dos seus versos.
Poetas são anjos malditos
que sangram as verdades pálidas
 aquelas expostas nas vitrines
do dia a dia sem vida.
Poetas não pensam no paraíso
 preferem as flores do mal
poetas molham as suas palavras
no vinho e na orgia do viver.
Poetas são marginais
poetas são anjos malditos
são vagabundos iluminados
pela conta-mão da humanidade!
 
Tubarão 

quarta-feira, 5 de maio de 2010


Entrega

Sai da frente
Não me compromete
Não me afronte
Que hoje eu tô a frete

Ricardo Villa Verde e Sara Mazuco

quinta-feira, 29 de abril de 2010


Mariazinha

Cadê a roupa que não tá na minha boca?
Cadê a boca que já mudou de lugar?
Não vi Carlinhos, acho que ele surtou
A Dona Creuza até tentou me enganar

Virei na esquina de uma rua muito louca
Achei no chão a roupa que é pra tu trajar
Se é amor, eu prefiro te deixar solta
Para que ninguém possa mal de ti falar

E quando com outros, você passa por mim
Baixo a cabeça e finjo que não lhe conheço
Mas minha vontade é de querer te incendiar

Ricardo Villa Verde

PARTE VIVA

O que respiro do futuro
é tão sujo que me polui
não quero pertencer ao seleto clube
por favor, me exclui
Sempre fui das ruas, sujo como um rato
nunca comprei nada com minha alma
e jamais seria tão barato
Meu coração é um fogo selvagem
que não se deixa dominar
meu espírito é um grito
que nunca vai silenciar
Vomito em velhos costumes
Provoco terror a quem oprime
sou a mensagem sorrateira
que provoca ferrugem no regime
Quem quiser me conhecer
precisa sentir o teor da minha voz
porque as minhas palavras nascem
da necessidade de nunca estarmos sós
Sou parte viva de um corpo
que precisa ser acordado
Nunca confunda sonhos com ilusões
ou permanecerá escravizado.

Tubarão

quinta-feira, 8 de abril de 2010



Por um dia de ócio

Tudo o que quero
É um dia de ócio
Um dia desligado na tomada
Não fazer nada
E nem ter pensamento
Dentro
Da minha cabeça
Sussurrando idéias
Tudo o que quero
É o sossego do silêncio
Travesseiro da tranquilidade
Corpo deitado na cama
Do desapego
Confortavelmente coberto
Pelo ócio absoluto!

Tubarão
         
                                                               Acróstico 2


                                                                Maior
                                                                Aventura
                                                                Conhecida
                                                                Onde
                                                                Nunca
                                                                Homem
                                                                Algum saiu morto


                                                             Ricardo Villa Verde

segunda-feira, 5 de abril de 2010



BOMBA RELÓGIO

Eu ouço o seu tic tac
mas não sei quando você vai explodir
procuro manter a tranquilidade
suando frio para tudo não acabar
mas a felicidade por um fio
é tão imprevisível quanto o seu coração
não sei quanto tempo existe
entre nós
apenas respiro este momento
entre um tic tac e outro...

Tubarão

quarta-feira, 24 de março de 2010


Engrenagens

De olhos vendados
Comprei seu amor
Naquela ocasião
Acabei vendido
Por uma emoção
Hoje penso, tal como rezo
Se reflito, não meço
Quando paro, eu peço
E mesmo sem ser atendido
Sem receber nem um sorriso
Acabo ganhando tudo que preciso
Há muros entre nós
Me arremesso
Há abismos entre nós
Me precipito
Por isso te amo tanto
Por isso que sonho
Com planetas
Que só existem dentro de mim
Caindo na terra
Banhando tudo de luz
Desenhando nossa sombra
Na areia da praia deserta
E quanto mais tu apertas
Meu coração
Mais poesia escorre
Numa felicidade transparente
Que não morre
Sigo jogando fumaça
Sobre anjos e máquinas.

Ricardo Villa Verde


A luz que encanta os olhos

A luz que encanta os olhos
pode ser o veneno
que em prazer te mata
tal como flor carnívora que seduz
o inocente inseto
que a má sorte acata.
Indefinido infortúnio
que faz ecoar a ansiedade
daquele que vê sua foto
nos recortes de jornais
feitos por si mesmo.
Carnívoro é o vento
que carrega tua imagem
presa na flor
de um papel amarelado.


Tubarão & Ricardo Villa Verde

Atemporal

Memórias habitam a memória
Tempos de amor e glória
Todos os bastardos são inglórios
Mas quem não se arrasta para o inferno?
O tempo é hoje: o depois não existe
Se alguém pensar, logo desiste!
E se desiste, um dia insiste
Até despertar e saber que não é triste
Mesmo após a morte
Através das palavras, ele persiste
Em viagem resignada...

 
Ricardo Villa Verde, Nelsinho Pacheco,
Tubarão, Eldemar de Souza, Sara Mazuco,
Luciano S., William Robert e Gordack

sexta-feira, 12 de março de 2010


Olha o trem

Poesia que nasce de horas soltas
Trem de versos desgovernados
Liberdade Compulsora
Mil Horizontes
Páginas virgens para se violar
Com vida que não freia
Sai da frente que eu tô passando
Senão você vai ser atropelado
Pela minha felicidade
Que não tem fim!

Tubarão

terça-feira, 9 de março de 2010



Open house

Não abri, nem destranquei
escancarei
A porta foi pelos ares
Pé direito no abismo
ostracismo
Há algo no vazio
E os olhos cheios de ilusão
razão
Sem teto e sem chão
Sem estruturas e sem problemas
dilemas
Destruindo labirintos verticais
Um pouco mais a frente
horizontais
Estavam as linhas do mundo
Entretanto no meu peito de fé
acredito
Que no suor da massa eu me fermento


Luciano S., Ricardo Villa verde, Tubarão, Sara Mazuco, Eldemar de Souza e Nelsinho Pacheco